A Revolução Geológica: Como Machu Picchu se Encaixa nas Teorias da Geologia Global

A Revolução Geológica: Como Machu Picchu se Encaixa nas Teorias da Geologia Global
Sodré GB Neto

Historicamente, a compreensão da formação continental tem suas raízes em ideias como a deriva continental de Wegener (1915), que revolucionou a geologia. A possibilidade de eventos de grande escala na história da Terra tem sido tema de debate. Por exemplo, a descoberta de ringwoodita com inclusões de água no manto terrestre por Pearson et al. (2014) e Schmandt et al. (2014) forneceu evidências da presença de grandes volumes de água no interior da Terra, embora não diretamente ligadas a eventos superficiais diluvianos. Neste contexto, a relação entre antigas civilizações e relatos globais de eventos como inundações massivas, bem como a complexidade da formação de paisagens geológicas, continuam a ser áreas de pesquisa ativa e, por vezes, especulação teórica dentro de campos interdisciplinares, desafiando paradigmas estabelecidos e abrindo caminho para novas questões na geologia e na arqueologia.

O Mistério de Machu Picchu Revelado

Durante décadas, arqueólogos e historiadores se perguntaram como uma civilização conseguiu construir Machu Picchu em local tão inacessível e com tamanha precisão. Uma teoria proposta, embora ainda em debate, levanta a questão intrigante: e se a resposta estiver na própria geografia, mas de uma forma que desafia as compreensões atuais? Poderia essa cidade magnífica ter sido estabelecida em um nível de terreno muito diferente do atual, talvez até próximo ao nível do mar, e depois soerguida por forças geológicas colossais?

Nesse contexto, surge uma hipótese provocativa: a possibilidade de que Machu Picchu seja uma cidade pré-existente a grandes eventos geológicos que alteraram drasticamente a paisagem. Essa teoria sugere que seu soerguimento teria ocorrido durante processos intensos de separação e colisão continental. A compreensão atual da tectônica de placas e da evolução crustal descreve esses movimentos geológicos em escalas de tempo que não se alinham com a presença de civilizações humanas. Embora a escala e o tempo propostos para tais eventos, especialmente em relação a narrativas como o dilúvio bíblico e a formação dos Andes, sejam objeto de especulação e não se alinhem com os modelos geológicos convencionais, essa perspectiva estimula novas perguntas sobre a história geológica e arqueológica da região.

A Evidência Geológica e a Formação da Terra

Dinâmica da Placa Tectônica

A superfície da Terra é composta por placas tectônicas gigantes, cujo movimento é um motor fundamental para a geologia planetária. As interações entre essas placas, seja por separação, colisão ou deslizamento, são responsáveis por terremotos, formações montanhosas e atividade vulcânica. A teoria da deriva continental, inicialmente proposta por Alfred Wegener em 1915 (Wegener, 1915), lançou as bases para a compreensão moderna da tectônica de placas (Condie, 1997). Este processo geológico contínuo molda a paisagem do planeta ao longo de escalas de tempo geológicas.

A Presença de Água no Manto Terrestre

Estudos científicos recentes têm revelado evidências da existência de grandes reservatórios de água no manto de transição da Terra, a uma profundidade entre 410 e 660 quilômetros. A descoberta de anéis de ringwoodita, um mineral que pode conter água em sua estrutura, por Pearson et al. (2014) em diamantes (DOI: 10.1038/nature13080) e a pesquisa de Schmandt et al. (2014) sobre o derretimento por desidratação no topo do manto inferior (DOI: 10.1126/science.1253358) indicam que a quantidade de água subterrânea pode ser substancial, influenciando os processos geodinâmicos.

Composição e Evolução da Crosta Continental

A crosta continental, que forma a base das massas terrestres, possui uma composição química e uma história evolutiva complexas. Ela se forma através de processos magmáticos e tectônicos contínuos. A compreensão de sua formação é crucial para decifrar a história geológica do nosso planeta. Taylor & McLennan (1995) exploraram a evolução geoquímica da crosta continental (DOI: 10.1029/95RG00262), destacando como a magmatismo em zonas de rift, conforme descrito por White & McKenzie (1989) (DOI: 10.1029/JB094iB06p07685), contribui para a formação de novas crostas e a reconfiguração da superfície terrestre.

O Mundo Antes da Grande Catástrofe

Para compreender a verdadeira origem de Machu Picchu, podemos visualizar um mundo onde os continentes estavam unidos em uma única massa terrestre, como a Pangeia, que se formou recentemente. “Die Entstehung der Kontinente und Ozeane.” Vieweg, Braunschweig.). Antes do diluvio , o clima era uniforme e propício, com temperaturas estáveis que favoreciam o desenvolvimento de ecossistemas complexos. Nesse cenário, hipoteticamente, civilizações avançadas poderiam ter prosperado em condições ideais, com tecnologias e conhecimentos que desafiam as narrativas arqueológicas convencionais.

A Unidade Continental: Evidências Irrefutáveis

A teoria da deriva continental, inicialmente proposta por Alfred Wegener no início do século XX (Wegener, 1915), embora tenha encontrado resistência inicial da comunidade científica, hoje é amplamente aceita, e as evidências de que os continentes estiveram unidos são esmagadoras. O que a ciência tradicional ainda debate intensamente é quando e como essa separação, que resultou na configuração atual dos continentes, ocorreu e qual foi a velocidade desses processos. Existem diversas hipóteses para explicar os mecanismos e a cronologia desses eventos.

Referências Bibliográficas

  1. Condie, K.C. (1997). “Plate Tectonics and Crustal Evolution” 4th ed. Butterworth-Heinemann. ISBN: 9780750633864. DOI: 10.1016/B978-075063386-4/50000-8
  2. Pearson, D.G., et al. (2014). “Hydrous mantle transition zone indicated by ringwoodite included in diamond.” Nature 507, 221-224. DOI: 10.1038/nature13080. PMID: 24622201.
  3. Schmandt, B., et al. (2014). “Dehydration melting at the top of the lower mantle.” Science 344(6189), 1265-1268. DOI: 10.1126/science.1253358. PMID: 24926016.
  4. Taylor, S.R. & McLennan, S.M. (1995). “The geochemical evolution of the continental crust.” Reviews of Geophysics 33(2), 241-265. DOI: 10.1029/95RG00262
  5. Wegener, A. (1915). “Die Entstehung der Kontinente und Ozeane.” Vieweg, Braunschweig.
  6. White, R. & McKenzie, D. (1989). “Magmatism at rift zones.” Journal of Geophysical Research 94(B6), 7685-7729. DOI: 10.1029/JB094iB06p07685

 

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